Desafios do Diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) na Rede Pública de Saúde no Brasil

NeuroDiversidade na Maternidade

Desafios do Diagnóstico de Autismo na Rede Pública de Saúde no Brasil

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma condição do neurodesenvolvemento que é frequentemente identificado precocemente em crianças. No entanto, o diagnóstico desse transtorno no Brasil, especialmente na rede pública de saúde, enfrenta uma série de desafios que podem impactar o atraso no diagnóstico afetando diretamente o desenvolvimento da criança e sua famílias.

1. Falta de Capacitação Profissional

Um dos principais obstáculos é a escassez de profissionais de saúde adequadamente treinados para reconhecer os sinais do TEA. Muitos médicos, pediatras e profissionais da saúde não têm formação específica sobre o TEA, o que pode levar a diagnósticos tardios ou até mesmo errôneos. Isso é especialmente preocupante em áreas rurais e comunidades carentes, onde o acesso a especialistas é ainda mais limitado.

2. Escassez de Recursos e Tempo de Espera

A demanda por avaliações é alta, e muitas vezes, as famílias enfrentam longas esperas para conseguir consultas. As filas podem se estender por meses, o que pode atrasar o início de intervenções precoces fundamentais para o desenvolvimento da criança período em que a neuroplasticidade do cérebro e mais intensa gerando conexões neurais mais fortes. Essa escassez de recursos pode resultar em um ciclo de frustração e impotência para as mães que buscam ajuda.

3. Estigmatização e Falta de Informação

A desinformação e o estigma social associado ao TEA também contribui para a dificuldade do diagnóstico. Infelizmente, até mesmo na família da criança ainda existem tabus e estigmas associados às condições neurodesenvolvemento como TEA, o que pode fazer com que algumas famílias hesitem em buscar ajuda ou relatem os sinais de atraso no desenvolvimento que observam em seus filhos.

4. Atendimento Multidisciplinar Limitado

Boa prática médica deve ser que o diagnóstico do TEA não envolve apenas um médico, mas requer uma avaliação multidisciplinar que considera aspectos médicos, psicológicos e comportamentais. Na rede pública, a colaboração entre diferentes profissionais de saúde é muitas vezes insuficiente, limitando a capacidade de formular um diagnóstico integral e preciso resultando em atrasos ou ainda diagnósticos errado.

Conclusão

Diante dessas dificuldades, é fundamental que as mães que observa um atraso neurodesenvolvemento se tornem defensoras de seus filhos e busquem informação, apoio e recursos disponíveis. Criar conscientização sobre o autismo na comunidade e lutar por melhores condições na rede pública de saúde é crucial. A triagem precoce e o diagnóstico correto são passos essenciais para que as crianças com autismo recebam o suporte necessário para desenvolver seu potencial único. Juntas, podemos trabalhar por um futuro onde todas as crianças tenham acesso a um diagnóstico justo e oportuno.

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