Compreendendo o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

NeuroDiversidade na Maternidade

Para toda mãe a jornada da maternidade é única, uma experiência intensa e transformadora, repleta de desafios. Para mães de crianças neurodiversa, com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), com certeza essa experiência pode ser ainda mais complexa. O TDAH não afeta apenas a vida da criança; mas também impacta significativamente a vida e a saúde mental das mães. Neste artigo, exploraremos o que é o TDAH, sua prevalência e diagnóstico, além dos sinais e sintomas associados, fornecendo uma compreensão abrangente que ajudará as mães a enfrentar essa realidade.

Compreendendo o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

O que é TDAH?

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurodesenvolvimental que se caracteriza por um padrão persistente de desatenção, hiperatividade e impulsividade que interfere no funcionamento ou desenvolvimento da criança. O TDAH é reconhecido na sexta edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5), publicado pela American Psychiatric Association.

O TDAH é frequentemente dividido em três subtipos:

  1. Predominantemente desatento: Crianças com esse subtipo podem ter dificuldades em prestar atenção a detalhes, seguir instruções e organizar tarefas.

  2. Predominantemente hiperativo-impulsivo: Este subtipo é caracterizado por comportamentos de hiperatividade e impulsividade, como inquietação, dificuldade em esperar a vez e interrupções frequentes.

  3. Combinado: Este subtipo apresenta sintomas de ambos os tipos mencionados anteriormente.

A etiologia do TDAH é multifatorial, envolvendo uma combinação de fatores genéticos, neurológicos e ambientais. Estudos sugerem que a hereditariedade desempenha um papel significativo, com estudos de gêmeos mostrando que o TDAH tem uma alta taxa de concordância entre gêmeos idênticos (Faraone et al., 2005).

Prevalência e Diagnóstico

Estudos epidemiológicos estimam que o TDAH afeta entre 5% e 10% da população infantil global, embora a prevalência possa variar conforme o país e a metodologia utilizada nas pesquisas (Thomas et al., 2015). O diagnóstico do TDAH é realizado por um profissional de saúde mental qualificado, como um psiquiatra ou psicólogo, com base nos critérios definidos no DSM-5 e na observação dos comportamentos da criança em diferentes ambientes (casa, escola e social).

O processo de diagnóstico envolve a coleta de informações sobre o comportamento da criança a partir de diversas fontes, incluindo pais, professores e observações diretas. Isso é importante, pois os sintomas devem estar presentes em mais de um ambiente para garantir a precisão do diagnóstico.

Sinais e Sintomas

Os sinais e sintomas do TDAH podem variar de criança para criança, mas, em geral, os seguintes comportamentos são comuns:

  1. Desatenção:

    • Dificuldade em prestar atenção a detalhes ou cometer erros por descuido em tarefas escolares ou durante outras atividades.

    • Dificuldade em seguir instruções e concluir tarefas ou obrigações em casa ou na escola.

    • Dificuldade em organizar tarefas e atividades.

  2. Hiperatividade:

    • Ficar inquieto ou agitado em situações em que se espera que fique sentado.

    • Correr ou escalar em situações inadequadas.

    • Falar excessivamente.

  3. Impulsividade:

    • Dificuldade em esperar a sua vez, interrompendo os outros ou se intrometendo nas conversas ou jogos.

    • Tomar decisões apressadas sem considerar as consequências, levando a situações indesejadas.

É fundamental que os pais estejam atentos a esses sinais e busquem ajuda profissional caso preocupações surjam. A identificação precoce e um diagnóstico adequado são cruciais para um gerenciamento eficaz do TDAH.

Dicas para Mães:

O Impacto na Saúde Mental das Mães

  • As mães de crianças com TDAH frequentemente enfrentam níveis elevados de estresse, ansiedade e depressão. Essas condições podem ser exacerbadas pela pressão de lidar com os comportamentos desafiadores associados ao TDAH e pela preocupação com o desenvolvimento e o futuro de seus filhos.

  • Impactos no Bem-Estar Psicológico: Pesquisas mostram que mães de crianças com TDAH apresentam taxas mais elevadas de depressão e estresse em comparação com mães de crianças sem TDAH (Wilkins & Davis, 2016). O sentimento de culpa, em particular, é comum entre essas mães, que podem sentir como se não estivessem fazendo o suficiente para ajudar seus filhos.

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